Lendo no Escuro

Eu adoro livros. Mas sou especialmente fascinado por séries, trilogias e sagas (ou qualquer que seja a nomenclatura do agrupamento de livros que contenha uma estória que siga uma ordem cronológica ou simplesmente seja ligado por algum personagem ou cenário).

Devido a essa paixão por coleções completas, criei o arriscado hábito de comprar uma série inteira sem ter lido nem mesmo o primeiro volume (sério, eu sempre faço isso), ou de comprar a sequencia de algum livro que eu não tenha gostado muito (todo mundo merece uma segunda chance).

Enfim, esse vício já me rendeu ótimas experiências literárias nas quais eu encho o peito de orgulho e digo: “Eu sabia que essa série era boa lalala” (só que eu não sabia) e on the other hand  (expressão que traduzida ficaria algo como “por outro lado” que não soa tão bem quanto eu quero) já comprei livros que não satisfeitos por me deixarem alguns reais mais pobre (afinal cultura custa caro), foram um total desperdício de tempo, espaço, atividade cerebral, paciência e algumas centenas de árvores.

Chega de protelação (ufa), vou compartilhar uma das boas experiências que tive em relação a comprar a coletânea inteira, sem ao menos ler o primeiro volume.

Trilogia O Mundo de Tinta

A trilogia escrita por Cornelia Funke é composta por Coração de Tinta, Sangue de Tinta e Morte de Tinta, que são livros um tanto quanto extensos, o que significa que os preços são um tanto quanto altos.  Ainda bem que eu tenho ótimos amigos que me presentearam com o segundo volume (isso mesmo, me deram o segundo livro de uma trilogia que eu não tinha o primeiro). Ato que semanas depois fez sentido (ou não), quando ganhei também o primeiro livro. E ai, com os dois primeiros terços da estória em mão o que eu fiz? Não, eu não li o primeiro, eu comprei o terceiro é claro! A capa deles é tão legal que não precisava de mais nenhum incentivo para que eu adquirisse a trilogia inteira!

Então com a coleção completa li um após o outro sem parar (assim que eu gosto), e senhoras e senhores, adorei cada palavra. A trilogia contém o maior número de personagens relevantes e interessantes que eu já vi (ou li) na vida. E alguns deles (não vou falar quais porque isto não é uma resenha) são perdidamente apaixonados por livros, Assim como nós!  E uns poucos inclusive têm o poder de trazer os personagens de uma história pra vida real (que no caso é pra dentro de outra história [mas isso não vem ao caso {a não ser que você ache que a vida real não passa de um livro}]) apenas por ler em voz alta (aposto que você voltou pra procurar onde o ‘apenas’ se encaixava! Não? Então ignore essa mensagem). Sem mencionar (agora mencionando) que cada capítulo dos três volumes começa com uma citação de algum outro livro muito bom que tenha algo em comum com o capítulo em questão, seja uma mensagem forte ou simplesmente uma gralha. As citações vão desde ‘A Bússola de Ouro’ até uma inscrição na parede de uma biblioteca em Barcelona.

E falando na Bússola de ouro, eu já tenho a trilogia completa e ainda não li nenhum ;x

Enfim, ‘O Mundo de Tinta’ foi um tiro no escuro que acertou uma mosca, que estava fazendo seja lá o que as moscas fazem, no centro de um alvo em movimento. E hoje é uma das minhas trilogias favoritas. Recomendo muito! 

No próximo post contaremos sobre alguma experiência onde o dinheiro poderia ter sido melhor gasto com bolinhos. Mas e vocês? Alguém ai já comprou um livro ou uma série sem fazer ideia do que estava por vir, e se deu bem? Comentem!