segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Resenha: Invisível, por Andrea Cremer e David Levithan

"Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro. Amaldiçoado desde o nascimento, ele é invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Não sabe como é seu próprio rosto. Ele vaga por Nova York, em um esforço contínuo para não desaparecer completamente. Mas um milagre acontece, e ele se chama Elizabeth.

Recém-chegada à cidade, a garota procura exatamente o que Stephen mais odeia. A possibilidade de passar despercebida, depois de sofrer com a rejeição dos amigos à opção sexual do irmão. Perdida em pensamentos, Elizabeth não entende por que seu vizinho de apartamento não mexe um dedo quando ela derruba uma sacola de compras no chão. E Stephen não acredita no que está acontecendo... Ela o vê!"

Sinopse retirada da página no skoob do livro.

Como alguns devem saber, eu sou super fã do David Levithan. Dos livros que li do autor, me apaixonei por todos menos um - livro esse que nem terminei de ler, tamanho o desgosto. Aliás, tô falando do Boy meets Boy, que foi recentemente lançado aqui no Brasil como Garoto encontra Garoto pela Galera Record.

Assim que ouvi falar sobre Invisível pela primeira vez, imaginei que teria um quê de Todo Dia, outro livro do autor. Pra quem não conhece, aqui vai um breve resumo: A é um garoto de 16 anos que não tem um corpo para chamar de dele – todos os dias de sua vida vai parar no corpo de alguma outra pessoa, e tem que aprender a conviver desta maneira. E aí ele conhece uma garota e as coisas começam a mudar... Todo Dia é sensível e poético, tem passagens maravilhosas, questionamentos profundos e é um dos meus livros favoritos. Achei incrível como o David conseguiu pegar uma coisa fantasiosa (a característica de A não ter um corpo físico) e mesmo assim escrever um livro contemporâneo que parece super real.

Desta maneira, estava com as expectativas em relação a Invisível altíssimas: livro sobre um personagem Invisível?! Escrito pelo David Levithan?! BRING IT ON! Estava certa de que amaria o livro antes mesmo de começar a leitura.

Imaginem a minha decepção quando eu odiei o livro? Pois é. 

Antes de tudo, vale lembrar que o livro foi escrito em parceria. Já li outros livros do David em parceria com outros autores que simplesmente amei, como Nick e Norah e Will & Will. Em ambos, a narração fluía de tal maneira que eu me pegava me perguntando se os autores conversavam entre si e decidiam previamente qual rumo a história iria tomar, tamanha era a coerência e sintonia. Infelizmente não senti isso ao ler Invisível.

Vamos lá: Stephen é um garoto que nasceu Invisível, graças a uma maldição. Um dia ele está chegando em casa e vê a nova vizinha no corredor do prédio, cheia de sacolas na mão e precisando de ajuda. Obviamente ele não pode ajudar, e fica esperando para que a menina entre em casa para que ele possa entrar na sua (para a garota não surtar com uma porta abrindo sozinha). E aí, de repente, a menina fala tipo “ei, e aí, vai ficar só olhando ou vai ajudar?” e o Stephen fica tipo “MEU DEUS NÃO SOU MAIS INVISÍVEL QUE MARAVILHA” mas aí depois ele percebe que na verdade a Elizabeth é a única pessoa no mundo capaz de enxerga-lo, por razões desconhecidas. E aí eu deduzi que o livro se desenrolaria conforme o relacionamento deles se desenvolvesse. Imaginei que seria um livro questionador, com a garota ajudando o garoto diferente. Etc e tal.

Mas amigos... NÃO!!

De uma hora pra outro o livro se transforma em fantasia pura. Tem maldição, tem bruxa, tem feitiço, tem garota que consegue ver a alma das pessoas. Tem tudo que eu não estava esperando. Aliás, acho que eu já disse isso aqui algumas vezes: eu não gosto muito de livros de fantasia. Tirando Harry Potter e algumas poucas exceções, livros nesse estilo não me atraem. Precisa ser muito bem escrito e convincente pra eu gostar. E esse livro.... ARGHHHHHH NÃOOOOO.

Mas chega de blábláblá e vamos ao que interessa: porque eu não gostei do livro. Como eu adoro falar sobre livros e adoro fazer listas, vou juntar os dois aqui e listar Os Motivos de Eu Não Ter Gostado de Invisível. 


As ideias divergiam 
Gente, sendo bem sincera: eu não li sobre isso em nenhum lugar mas eu tenho 99% de certeza que cada autor escreveu um capítulo do livro. Os capítulos de Stephen foram escritos por David e os de Elizabeth, por Andrea. Era ÓBVIO e VISÍVEL (hehe) a diferença na narração. Os capítulos do David iam pra um lado mais questionador e os da Andrea iam pro óbvio mal escrito. Além disso, parecia que eles NÃO CONVERSAVAM SOBRE O RUMO DA HISTÓRIA. Em um capítulo o David colocava tipo “hum ok e que tal se agora os nossos personagens decidissem viajar? Isso, legal, vou escrever isso” e aí fazia todo um capítulo para aquilo e a Andrea chegasse e “ok boa ideia mas na verdade nem tanto vamos fazer assim eles cancelam a viagem e compram uma bicicleta no lugar!!” (não sei se ficou claro mas isso obviamente não acontece na história hehe não quero dar spoilers. Mas é mais ou menos isso mesmo). 

As narrações divergiam
Além do rumo da história, o tipo de história que os dois queriam construir estava muito diferente. Na minha opinião, David tentava dar um tom mais contemporâneo pro livro enquanto Andrea queria um livro de fantasia. Eu quase ouvia os dois conversando:

David: “olha, presta atenção: ele é invisível... mas é um menino normal. Sabe?”

Andrea: “... mas ele é invisível!! Invisibilidade não existe!! E se não existe, é um livro de fantasia!! TEM QUE TER BRUXA!! E FEITIÇOOOO!!”

David: “meu Deus mulher você não tá entendendo”

Elizabeth
A Elizabeth é CHATA. CHATA. INSUPORTÁVEL. 

Referências que forçam a barra
Outra coisa que me incomodou bastante e eu, pelo menos, só vi na narração da Andrea: forçação de barra em relação a referências. “Hmmm do que eu posso falar pras pessoas me amarem? Harry Potter! Doctor Who! MUAHAHA todos me amarão, sou um gênio!”

O final
 

Gente, que fim foi esse????? Corrido, incompleto, nada a ver. Odiei. Não vou falar mais nada por motivos de spoiler.

O foco da história
 

Às vezes eu também sentia que a autora ficava tentando fazer a história girar em torno da Elizabeth, sabe? Tipo, “O Stephen é invisível... ok. Mas é a MINHA personagem que consegue vê-lo, então A MINHA PERSONAGEM é mais legal porque o seu é invisível pra todo mundo mas a MINHA PERSONAGEM é a única do mundo que consegue vê-lo então ela com certeza é mais especial, ok???” Sei que é TERRÍVEL eu julgar a intenção da autora sem nem mesmo conhece-la e não quero desrespeitá-la de forma alguma, só foi a impressão que eu tive. De qualquer maneira, PROMETO que lerei algum outro trabalho da moça e confirmar ou não minhas críticas. 


Bom, como deu pra perceber: não gostei. Peguei muita birra da autora e a maioria (se não todas) das minhas reclamações eu direcionei/culpei a coitada. Hehe, sorry. Mas tudo bem, acontece. E vocês, o que acharam? Amaram ou odiaram? Deixem aí nos comentários. E quem puder me sugerir algum livro da autora pra eu ler, pode deixar aí também. Beijo!

8 comentários:

  1. Eu nunca li nada deDavid Levithan (ainda) mais por preconceito que qualquer outra coisa, mas esse me chamou atenção pela capa (que os fãs odiaram). Gostei da sinceridade na resenha, não me fez desistir já que nem conheço a escrita do cara, vou encarar só pra conferir.

    Abs

    http://tediosoc.blogspot.com

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  2. Nunca li nada de nenhum dos dois autores, mas sou muito curiosa por Todo Dia.
    Sua resenha ficou super bacana ;)
    sete-viidas.blogspot.com

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  3. Poxa, agora que eu li isso... comprei o livro e ele já é o próximo da minha lista, espero sinceramente que eu goste kkkkk

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    1. Ahh, não fala isso! Espero sinceramente que curta o livro, e que a minha opinião não influencie a sua. Beijo!

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  4. Eu amei sua resenha, me fez realmente voltar atrás e relembrar os fatos que eu tinha lido. Adorei!
    A propósito, tenho uma história no Wattpad com essa temática também... acho a abordagem desse tema super pertinente! ^.^ Mais atual não há, então parabéns ^.~

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