Resenha: Something like fate

"Lani e Erin são melhores amigas, embora não tenham muito a ver uma com a outra. Lani é uma taurina tranquila e Erin é a impetuosa leonina. Uma adora Astrologia (e outras artes adivinhatórias também) e ficar em casa; a outra gosta de pessoas e baladas. Suas preferências — incluindo pizzas e meninos — são bastante diferentes, ou eram, até que Erin começou a namorar Jason… Assim que Lani conheceu o namorado de Erin, sentiu uma enorme conexão com ele. Uma sensação de que já se conheciam a vida toda. E, apesar de acreditar que ele sentia o mesmo, ela sempre soube que Jason estava fora de cogitação, afinal, ele era quem ele era! Ela decidiu ignorar seus sentimentos. Não importava o quanto quisesse ficar perto de Jason, nada a demoveria da ideia de se manter distante dele. Então, Erin viajou durante todo o verão…" (retirado da página no skoob de Tipo Destino, versão brasileira do livro pela editora Novo Conceito)

Bom, em primeiro lugar gostaria de dizer que esse é o primeiro livro da autora que leio. Tinha esse livro aqui em casa há muito tempo, mas aproveitando que o livro seria lançado pela editora Novo Conceito sob o título de Tipo Destino, finalmente o tirei da estante e li. Então vamos lá.

Lani e Erin são melhores amigas desde sempre. Quando mais novas, combinavam em tudo; tinham os mesmos gostos, iam para os mesmos lugares, eram como carne e unha. Mas aí a vida aconteceu: as duas cresceram, passaram a se interessar por outras coisas e Lani já não se sentia tão a vontade com o antigo círculo de amigos como antes. Porém, não é assim tão simples para as duas se distanciarem, uma vez que as duas amigas se envolveram em um acidente de carro e uma acabou salvando a vida da outra, o que torna o elo que as une muito mais difícil de ser quebrado. E aí Erin se apaixona por Jason e tem certeza absoluta que vai casar com ele. E a Lani meio que começa a gostar do mesmo cara. E agora?

Assim que li a sinopse do livro me interessei em lê-lo, porque digamos que eu já vivi experiências parecidas duas vezes (uma vez no lugar da "amiga traída" e uma vez no lugar da "amiga que se apaixona por quem não devia"). Particularmente, eu sou uma pessoa bem tranquila e sei que a vida serve pra te ferrar uma vez atrás da outra e que certas cagadas (tipo você se apaixonar pelo namorado da sua amiga ou a sua amiga se apaixonar pelo seu namorado) acontecem. É, gente, é chato. Mas acontece, fazer o que? Então eu estava bem ansiosa e esperançosa em relação a esse livro. Esperava me divertir, um pouco de lição de moral, essas coisas de sempre. E isso em partes aconteceu, mas... como eu posso falar isso de uma maneira que não vá magoar? Eu não gostei do livro. 

Acho que quem acompanha o blog há um tempo sabe que eu sou bem exigente com livros, e uma das coisas que eu mais prezo é que a estória soe real. E não digo só pelo lado contemporâneo, porque já li muitos livros de fantasia que eram muito reais, tendo como um exemplo óbvio a série Harry Potter. É claro que nada daquilo é real, mas te faz sentir como se fosse real, não é? Pois bem. Personagens que soem reais, situações que soem reais, isso é o que mais me faz amar ou odiar um livro. E esse livro, infelizmente, não me convenceu. Tá, mas por que? Vamos lá. 

Uma coisa que me irritou bastante foi esse negócio do acidente. Acho que o que eu vou dizer pode ser um spoiler, mas nem é um spoiler tãooo grande assim, então leia por sua conta e risco. O negócio é o seguinte: as duas estão no carro, o carro cai num rio. Aí uma das garotas meio que se paralisa de medo e a outra diz "ei, vamos pro banco de trás, lá tá sem água". Elas vão e esperam o resgate, que logo chega. E aí a outra garota fica tipo "EI EU SALVEI SUA VIDA VOCÊ ME DEVE SUA VIDA" e, cara, você só falou pra ela ir pro banco de trás? Sabe, não me convenceu. 

Outra coisa que me irritou um pouco foi o fato do Jason e da Erin nem serem assim NAMORADOS OFICIAIS, sabe? Eles só davam uns beijos e tal. Mas como a estória se passa lá fora e lá eles não são tão liberais assim em relação a quem você beija ou deixa de beijar, eu até entendo. Mas uma coisa que me tirou do sério mesmo foi o fato de a namorada do cara ficar menos tempo com ele do que a amiga?? Era tudo muito conveniente, estavam os três juntos e de repente a Erin saia e deixava Lani e Jason juntos. Estavam os três dando um rolê e coincidentemente Lani e Jason acabavam indo embora juntos. E aí, camaradas, a Erin decide passar DOIS MESES num lugar que só dá pra se comunicar por carta (???) e fala "amiga, aproveita que eu vou tá longe e passa um tempo com o Jason, será bom para vocês se conhecerem melhor" tipo?? Por favor, né. Achei tudo muito "oh, que coincidência!", e pra mim não colou. 

No entanto algumas coisinhas salvaram, uma delas sendo a singularidade dos personagens. Não achei os personagens bem construídos como um todo, mas eles tinham algumas características pessoais muito legais e criativas, como o Jason ser conhecido como o "cara dos círculos perfeitos" porque uma vez ele foi na lousa durante a aula e desenhou um círculo bem redondinho. Eu consigo ver isso acontecendo na vida real, e é desse tipo de coisa que eu costumo gostar. No mais, a leitura flui e prende - mesmo achando tudo meio previsível, não conseguia largar o livro um só minuto. Sei que vai parecer meio estranho, mas recomendo a leitura. Não é porque não funcionou para mim que não funcionará para ninguém, então não deixe de ler apenas porque eu não gostei. Aproveita que tá sendo lançado em português pela editora Novo Conceito, leia e depois volte aqui pra dizer o que achou!

Something Like Fate, por Susane Colasanti
ISBN: 9780670011469
Editora: Viking Juvenile
Páginas: 288
Inglês: Fácil